Pagar os estudos dos filhos, planejar uma viagem ou até reforçar a aposentadoria para assegurar maior estabilidade financeira. Os investimentos a longo prazo são um passo importante para tirar os projetos futuros do papel.
Por ser uma alternativa para fazer o dinheiro economizado render, os investimentos a longo prazo são uma prática necessária para garantir que os sonhos materiais possam ser concretizados.
Na prática, investir a longo prazo significa direcionar recursos em ativos por um período estendido, geralmente, de vários anos.
Entre as opções estão títulos públicos do Tesouro Direto, fundos de investimento imobiliário (FIIs), ações de empresas consolidadas e a previdência privada.
Esta última oferece duas modalidades: o Vida Gerador de Benefício Livre (plano VGBL), indicado para quem realiza a declaração simplificada do Imposto de Renda (IR); e o Plano Gerador de Benefício Definido (PGBL), apontado como opção para pessoas que fazem a declaração anual completa do IR.
Para que os investidores, principalmente iniciantes, se informem sobre a melhor escolha para investir, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) orienta os interessados a estudarem características como prazo, rentabilidade, segurança e liquidez.
A principal orientação é conhecer quais são as particularidades de cada aplicação e, assim, criar uma carteira de investimentos que auxilie na realização dos objetivos traçados.
Poupadores investem no longo prazo
Uma tendência observada nos brasileiros é o direcionamento de recursos da caderneta de poupança para investir no longo prazo. Neste ano foram registrados resgates líquidos recordes.
É o que mostram dados do Banco Central. No mês de maio houve um déficit líquido de R$ 11,7 bilhões entre depósitos e retiradas da poupança. O valor representa o aumento de 87,8% em relação aos R$ 6,3 bilhões sacados no mês anterior, marcando o maior volume de saques desde 1995. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, as retiradas totalizaram R$ 69,2 bilhões.
O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Fábio Gallo, e o diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, analisam essa movimentação de recursos no País.
Os especialistas observam que os resgates da poupança não se limitam à finalidade de liquidar dívidas, apesar do alto endividamento das famílias, que chegou a quase 80% em maio, segundo dados da Serasa.
Também foi verificado aumento no número de investidores que estão usando os recursos para diversificar a carteira, incluindo investimentos de longo prazo.
Eles explicam que isso ocorre porque, embora a poupança ofereça ganhos reais acima da inflação, ela é menos competitiva em comparação com alternativas conservadoras.
Os especialistas destacam que, ao longo dos anos, tem sido observado um aumento gradual no número de investidores, tanto em ativos de renda fixa, quanto em renda variável.
Conheça as opções em renda fixa
Uma alternativa para investidores com perfil conservador é o Tesouro IPCA. Disponível na plataforma do Tesouro Direto, é um investimento para quem pretende minimizar riscos. Por oferecer proteção contra a inflação, o investimento garante que o poder de compra do investidor seja preservado ao longo dos anos.
Quem se encaixa no perfil moderado e arrojado também podem se beneficiar desta opção. Essa modalidade de renda fixa representa uma oportunidade de diversificar a carteira para alcançar objetivos financeiros a longo prazo.
Previdência privada como alternativa para o futuro financeiro
A previdência privada é uma alternativa para os investidores que desejam garantir uma aposentadoria sem depender exclusivamente do benefício previdenciário do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Tanto o plano VGBL, quanto o PGBL são investimentos a longo prazo que seguem um processo de duas fases principais. A primeira é a etapa de acumulação, na qual o investidor realiza contribuições regulares com o objetivo de criar uma reserva significativa para o futuro. A segunda, conhecida como fase de usufruto, ocorre quando o valor investido pode ser resgatado.
FIIs e ações são opções de investimentos em renda variável
Investir em renda variável também pode ser uma aposta a longo prazo. Entre as possibilidades estão os FIIs, que permitem o interessado em investir em imóveis sem a necessidade de adquirir um.
Para isso, é preciso adquirir cotas, que correspondem a uma parcela dos lucros. Dessa forma, o rendimento é proporcional para cada cotista.
Os fundos de Investimento em ações, como o próprio nome já diz, investem em papéis de empresas listadas na B3. É uma forma de entrar nesse universo sem escolher ações específicas. Os fundos podem envolver um potencial de ganhos relevante, mas também apresentar riscos, além de possíveis taxas e impostos.
Investir diretamente em ações de empresas, por sua vez, torna o investidor um acionista e proporciona a posse de parte da companhia. Essa abordagem apresenta riscos devido à volatilidade do mercado, sendo vital selecionar empresas sólidas para investir, segundo recomendações da B3