Após um longo período de quarentena, é possível que os consumidores saiam às compras com novos hábitos e exigências.
Isolados à força, até mesmo os compradores de perfil mais tradicional, ainda que com alguma desconfiança inicial, aprenderam a comprar em sites e aplicativos de e-commerce. Pesquisas indicam que o consumidor está mais digital do que nunca.
A expectativa do setor é tão alta que muitas empresas almejam alcançar em 2020 resultados que eram previstos apenas em 2023. Em junho, o comércio eletrônico registrou alta de 110,52% ante o mesmo mês de 2019. A métrica de faturamento mostra a mesma tendência positiva: 108,84%. Os dados compõem o índice MCC-ENET, desenvolvido pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico em parceria com o Movimento Compre & Confie.
Com a reabertura gradual das lojas físicas, não há dúvidas de que esses espaços precisarão oferecer algo a mais para atrair o consumidor. Surge então um desafio: o que a experiência presencial vai oferecer que o site não vai conseguir substituir?
Em cada nicho há caminhos a serem explorados e exemplos a serem seguidos. Nos Estados Unidos e na Europa, o mais recente modelo de loja lançado pela Ikea, o Ikea Planning Studio, dá uma boa pista de como lojistas podem repensar seus espaços. Adaptar o modo de vender, de atender, de estruturar disposição de produtos, circulação de clientes e de ressignificar produtos e serviços são positivos para essa retomada.
Para quem é adepto do faça você mesmo, a loja também costuma criar ocasiões para apresentar soluções e vivências com especialistas sobre temas que vão desde decoração até degustação de bebidas. Já quem prefere sair de lá com um projeto em mãos e tudo organizado, há a possibilidade de contratar a montagem, agendar a entrega e se for preciso, a loja ainda se responsabiliza por algum móvel que tenha sido substituído, um sofá, por exemplo, e o encaminha para a doação ou serviço de reciclagem.
Outra novidade que esse formato traz para a Ikea é a localização. Conhecida por suas megalojas, normalmente instaladas fora de grandes centros urbanos devido ao menor custo da área e acesso ao tráfego, a Ikea Planning Studio faz o caminho contrário na tentativa de se manter próxima dos consumidores, com lojas menores, atentos à nova tendência de valorização do comércio local por conta da pandemia a fim de evitar grandes deslocamentos.
Mesmo sem respostas muito concretas a respeito do novo comportamento do consumidor, é impossível negar que durante meses as pessoas transferiram uma parcela cada vez maior de seus gastos para o comércio eletrônico e sentiram que suas necessidades foram supridas. Entretanto, a retomada gradual mostra que mesmo usando máscaras e álcool gel, muitos consumidores estão ávidos por retomar o contato presencial. Já sabe por onde começar?
Fonte: dcomercio.com.br