Muitas dúvidas podem surgir na hora de investir em imóveis. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), esse é um tipo de investimento considerado tradicional e seguro, que vem se popularizando entre os brasileiros nos últimos anos. Para fazer boas escolhas, é necessário buscar as respostas para cada questionamento.
Há três formas de investir em imóveis: revenda, locação e aquisição de cotas de fundos de investimentos imobiliários (FIIs). As duas primeiras exigem que o investidor tenha a quantia necessária para a aquisição do bem e, por isso, são restritas aos grandes investidores. Já os fundos são opções mais acessíveis, que abrangem também o pequeno investidor.
Os FIIs foram regulamentados no Brasil na década de 1990 e são apontados como o principal fator de democratização dos investimentos em imóveis no país. Segundo dados da Bolsa de Valores (B3), a lista de fundos imobiliários conta com mais de 400 opções, que somam um total de 1,5 milhão de investidores.
Ao aplicar nesse tipo de fundo, o investidor adquire cotas de imóveis, o que lhe garante uma participação nos lucros. A remuneração pode ocorrer por meio da venda da cota após a sua valorização ou pelo pagamento de dividendos mensais, que correspondem à repartição dos resultados.
A dúvida sobre a melhor forma de investir no imóvel está, portanto, relacionada ao recurso disponível para o investimento e à forma de remuneração que se espera dele.
COMO ESCOLHER O TIPO DE IMÓVEL
Outra dúvida que pode surgir entre os investidores é sobre o tipo de imóvel mais indicado para investir — residencial ou comercial. Ambos estão disponíveis não apenas para a compra do grande investidor, como também na B3.
O Kinea Renda Imobiliária (KNRI11) é um exemplo de FII que investe em imóveis comerciais e galpões logísticos. Já o JT PREV Desenvolvimento Habitacional (JTPR11) é um fundo do segmento residencial.
Para fazer a avaliação sobre qual tipo de imóvel vale a pena investir, a orientação é avaliar o desempenho e as projeções do mercado imobiliário. O Índice FipeZap acompanha as variações de preços e tendências do segmento. Apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o portal ZAP Imóveis, o índice tem abrangência nacional.
A apuração mais recente mostra que os imóveis residenciais tiveram uma rentabilidade acima da inflação; o mesmo não ocorreu com os comerciais.
RESULTADOS
Com alta acumulada de 15,31% nos últimos 12 meses, no período entre agosto de 2021 e agosto de 2022, o Índice FipeZap de Locação Residencial superou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que ficou em 8,73% no mesmo período, conforme apuração do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ele também ficou acima do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e usado como referência para os reajustes de contratos de locação. No acumulado dos últimos 12 meses, o IGP-M foi de 8,59%.
Em contrapartida, o Índice FipeZap de Locação Comercial acumulou alta de 4,49% nos últimos 12 meses, quando analisado o período entre agosto de 2021 e agosto de 2022.
O indicador econômico aponta os residenciais como mais atrativos, mas não deve ser analisado isoladamente. A Anbima orienta que os investidores que optam pelos FIIs devem analisar o desempenho nos últimos meses e as projeções para o futuro. As informações estão disponíveis no site da B3 e também devem ser fornecidas pelos gestores dos fundos.
Fonte: robertodiasduarte.com.br