Trabalho voluntário é visto como diferencial no currículo

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Dedicar algumas horas a atividades beneficentes passa a ser valorizado pelas empresas como um ponto importante para o perfil profissional

Abraçar espontaneamente uma causa tem como principal objetivo o benefício à comunidade. Mas o ato de cumprir outro papel na sociedade, engajar-se, lidar com pessoas em situação diferente da sua e se comunicar com diferentes tribos também causa impacto em outros aspectos da vida, inclusive na carreira. Resumindo: o trabalho voluntário alimenta a alma e o currículo.
Preocupadas em incluir a responsabilidade social aos seus valores, empresas apostam cada vez mais nos talentos que somam as atividades não remuneradas no terceiro setor às suas experiências profissionais. Visto como um agente de transformação, quem faz ações desse tipo costuma desenvolver competências muito valorizadas nas organizações, como comprometimento, espírito de equipe, iniciativa e cordialidade.
Aos candidatos em situação de primeiro emprego, uma oportunidade de trabalho em favor da comunidade pode ser o diferencial para a inserção no mercado, afirma a coach Roberta Lopes do Nascimento, diretora-executiva da empresa Núcleo Médico Psicológico.
— Nessas situações, o jovem aprende a ter compromisso, cria responsabilidades e descobre o que o realiza. Sabemos que o recrutador vai olhar com outros olhos aquele que tiver esse histórico no currículo — afirma Roberta.
Participar de ações sociais traz uma repercussão positiva para o profissional em qualquer fase da carreira, diz Beatriz Felix dos Santos, da ONG Parceiros Voluntários:
— A maioria das pessoas que nos procuram estão na faixa dos 30 aos 50 anos. Para quem está com a vida profissional em andamento, esse tipo de atividade serve como um fator de motivação, uma vez que ele aprende, recupera a autoestima e cria uma rede de contatos.
Empenhadas em incentivar o voluntariado entre os funcionários, companhias buscam envolver seus profissionais em atividades realizadas em instituições sem fins lucrativos. Para Patrícia Franco, gerente de recursos humanos da Aspen Pharma, a empresa precisa promover esse tipo de ação de forma que o profissional não se sinta coagido a participar.
— Escolhemos dar a oportunidade de o colaborador realizar esse trabalho nos finais de semana. Assim, realmente participa quem quer — salienta Patrícia.
Maria da Graça Costi, diretora de desenvolvimento humano da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Estado (ABRH-RS), avalia que o trabalhador deve oferecer préstimos de acordo com o que faz bem, seja vinculado à área de atuação profissional ou não:
— Pode ser uma oportunidade de mostrar algo diferente daquilo que se pratica no dia a dia ou ajudar de forma lúdica, mas sem tirar o foco do real objetivo: realizar com prazer. Caso contrário, dificilmente se sentirá motivado para continuar. De nada vale incluir a atividade voluntária no currículo apenas para constar, já que o empregador quer mesmo a expertise que aquela ação lhe trouxer.
Espírito de liderança aflorado na doação
O estímulo para começar uma atividade voluntária pode vir da empresa na qual se trabalha. Foi a partir de um programa da ThyssenKrupp Elevadores que Raquel Silveira começou a realizar trabalhos na Associação Evangélica Luterana de Caridade há dois anos:
— Eu sempre tive vontade de ser voluntária, mas nunca encontrava tempo e acabava não levando adiante. Mas quando começou o programa, vi que era a hora de agir. Eu sinto que ganho muito com isso, pois aprendo com pessoas que vivem uma realidade bem diferente da minha.
Gestora do comitê de voluntariado da empresa, a assistente de vendas tem a oportunidade de assumir a postura de liderança e também de se aproximar de colegas, diretores e até com o presidente da companhia, pessoas com as quais não tem contato habitual no dia a dia.
Empurrãozinho para o primeiro emprego
Ainda no cursinho pré-vestibular, em 2004, Matheus Velho tomou conhecimento do programa Vida Urgente, organizado pela Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. O jovem se engajou na causa e percorria festas e baladas promovendo a conscientização sobre o trânsito seguro.
Este jogo de cintura adquirido durante o período em que abordava as pessoas na rua para alertá-las sobre os riscos de beber e dirigir foi o que o diferenciou dos concorrentes na dinâmica para estágio em uma multinacional e garantiu a sua primeira oportunidade profissional.
— Durante a seleção, fizeram uma simulação de negociação com cliente. Como eu já tinha essa experiência de lidar com o público, de improviso e persuasão, acabei sendo o escolhido — conta.
Aos 28 anos, formado em Ciências Econômicas, Matheus trabalha na área de crédito e segue se valendo das competências que desenvolveu desde a iniciação profissional. E não deixou de participar de ações na instituição — ainda é possível vê-lo nas mobilizações do Vida Urgente. Quando vai contratar alguém, costuma olhar com bons olhos os candidatos que praticam trabalho voluntário.
Aula que extrapola as paredes da escola
Foi durante os anos de chumbo da ditadura militar no Brasil que Carlos Alberto Barcellos começou a tomar gosto pelas causas sociais. Em 1977 passou a integrar o movimento da Anistia Internacional, decidiu cursar Sociologia e não parou mais. No final da década de 1980, já trabalhando como professor em diversas escolas de Porto Alegre, se tornou um multiplicador de cidadania ao levar as atividades da ONG Parceiros Voluntários e da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga para dentro das salas de aula.
— Tudo que eu ensino para eles no colégio, posso mostrar na prática por meio dessas ações. Uma coisa complementa a outra. Acredito que, se hoje sou o Carlão querido pelos alunos, isso se deve ao fato de eu conseguir proporcionar a eles uma simbiose entre discurso e prática. Uma coisa alimenta a outra — afirma o professor.
ESCOLHA O QUE LHE AGRADA
-Defina bem em qual ramo deseja atuar e com qual grupo de pessoas você se sente mais à vontade.
-Se as atividades diárias não estão relacionadas com sua verdadeira paixão, busque realizar a ação social na área em que se realiza.
-Não pratique o voluntariado apenas como um elemento de promoção pessoal ou para constar no currículo. Procure se envolver de fato com o trabalho e as pessoas.
-Calcule quanto tempo tem disponível na semana para desenvolver o trabalho. Não se comprometa se não tiver certeza de que será capaz de dar continuidade.
ONDE PROCURAR
-É possível procurar diretamente a instituição na qual quer atuar. Também há organizações especializadas na intermediação
-Na ONG Parceiros Voluntários há a chance de participar de um encontro de conscientização. O agendamento deve ser feito no endereço parceirosvoluntarios.org.br.
-O site voluntarios.com.br apresenta informações sobre voluntariado e lista entidades em diversas cidades do país.
-O Instituto Voluntários em Ação oferece oportunidades em diversas cidades. Informações no site portalvoluntariosonline.org.br.
SÓ TEM A GANHAR
-Conta pontos na hora da contratação e para possíveis promoções.
-Oportunidade de encontrar pessoas que apoiam a mesma causa. Quem estiver fora do mercado, pode conseguir uma recolocação.
-Desenvolve habilidades de trabalho em equipe.
-Estimula as capacidades de se relacionar e de defender opiniões.
-Favorece a criatividade.
-Ensina a valorizar as conquistas.
-O retorno positivo nas instituições melhora a autoestima.

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