As equipes vão ao escritório duas vezes por semana e no restante fazem home office. Donos do negócio de tecnologia da informação dizem que produtividade cresceu.
O futuro do trabalho nas empresas não está só dentro de casa, nem só nos escritórios. O modelo híbrido tem sido o formato preferido de trabalho.
Na empresa de tecnologia da informação da Sonaira San Pedro e do Fernando Valente, o sistema de trabalho é híbrido, porque os empresários perceberam que algumas funções são desempenhadas melhor em casa, outras só no escritório, ou se dividindo entre os dois.
“A gente consegue tirar o melhor de cada um. É melhor quando você está no escritório e consegue fazer um trabalho mais focado com quem está aqui presencialmente. Quando você tem que fazer atividades analíticas, por exemplo, relatórios, estar em casa sem interrupções na maioria do tempo é melhor”, explica Sonaira.
As equipes híbridas comparecem no escritório duas vezes por semana. Para quem está em home office, a empresa fornece acesso a internet e cadeira ergonômica.
Com parte da equipe em casa, a empresa reduziu o tamanho físico e os custos do escritório. No começo da pandemia, investiram na contratação de um psicólogo para evitar ansiedade na equipe.
Para a professora do Insper, Tatiana Iwai, o sistema híbrido mantém melhor a balança entre as necessidades da empresa e a saúde do funcionário.
“Todos os benefícios em termos de redução de custos e de flexibilidade para o colaborador são alcançados no sistema híbrido. Por outro lado, eles conseguem minimizar algumas das desvantagens trazidas pelo modelo 100% remoto. O face a face é um fator motivacional importante”, afirma Tatiana.
Mas o sistema também cria desafios. O primeiro é o controle do trabalho dos colaboradores em casa. Para isso, os empresários colocaram o ponto eletrônico. Mas, para eles, a legislação trabalhista não acompanhou as mudanças no mercado.
“Muitas vezes, um funcionário é mais produtivo fora do horário comercial. Mas a legislação trabalhista não nos permite”, afirma Sonaira.
“Faz sentido que os líderes de cada time consigam estabelecer algumas regrinhas sobre o momento em que as pessoas precisam estar online, dar uma certa previsibilidade de maneira a ajudar o colaborador a estabelecer essas linhas”, explica a professora do Insper.
No geral, contando todos os modelos, houve um aumento de 10% na produtividade da empresa de tecnologia. A experiência com o sistema híbrido aponta um novo futuro.
“Um dos grandes receios que havia com o home office é que haveria uma queda de produtividade. E no fundo, o que a pandemia nos ensinou, é que esse receio acabou não se traduzido em realidade, pelo contrário, as pessoas estão até trabalhando mais, há um aumento de produtividade”, diz Tatiana.
Fonte: g1 Por Marcelo Baccarini