O primeiro passo para não ter surpresas é definir o objetivo de seu investimento, se ele será utilizado em um ou dois anos, ou se permanecerá nos cofres bancários por anos a fio. Isso porque, quanto mais tempo o dinheiro permanecer investido, menor será a alíquota do imposto cobrada.
Os percentuais do IR variam de 10% a 22,5%, de acordo com a aplicação. Conforme explica o educador financeiro Rafael Seabra, autor do livro Como Investir Dinheiro, quem for aplicar no curto prazo, ou seja, de seis meses a um ano, vai arcar com taxa entre 20% e 22,5%. Se os recursos permanecerem por mais de dois anos, essa tarifa já recua para 15%, podendo chegar a 10%, acima de 10 anos.
CURTO PRAZO
Para quem pretende sacar o dinheiro mais rápido, especialistas orientam a poupança, que, embora tenha rendimento inferior se comparado às demais modalidades, cerca de 7% ao ano, ela está livre da cobrança do IR e das taxas administrativas – como se fosse um aluguel por conta de sua verba estar rendendo lucro no banco ou na corretora.
Outro ponto importante nessa situação é que alguns dos fundos de renda fixa variam conforme a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 11,5% ao ano. Portanto, se a tendência da Selic é de baixa, já que o mercado estima que ela chegue a 10% no ano que vem, é importante fazer as contas, pois provavelmente a poupança será mais interessante.
LONGO PRAZO
Para quem tem a intenção de deixar o dinheiro aplicado por um bom tempo, leia-se, acima de dois anos, opção interessante é a previdência privada, caso o objetivo seja incrementar a aposentadoria paga pela Previdência Social ou fazer fundo para o futuro de seu filho, com o intuito de quitar a faculdade ou comprar um carro para ele, por exemplo. Neste caso, a incidência de IR parte de 35% em dois anos e cai para 10% em mais de 10 anos.
Por outro lado, o mercado de ações oferece retornos bastante atraentes. No caso das ações, sempre que se vende uma delas é cobrado IR, cuja alíquota é de 15%. Existe taxa maior, incidente em operações de compra e venda no mesmo dia, chamada de day trade, de 20%.
Calculadora eletrônica ajuda calcular imposto sobre ações
O rendimento das ações sobe e desce conforme os acontecimentos externos, por exemplo, em tempos de crise, como agora, normalmente a rentabilidade diminui, porém, em tempos de recuperação, existe grande valorização (já que o otimismo aumenta o número de investidores e as quantias aplicadas), mas é preciso que eles permaneçam aplicados por um bom tempo, para que a média valha a pena.
Como as chances de cobrança de IR em renda variável são maiores, a Título Corretora lançou uma calculadora para auxiliar os investidores a checar, de maneira mais rápida, o quanto de imposto será pago sobre seus lucros na Bolsa. A ferramenta gera, automaticamente, o Documento de Arrecadação de Receitas Federais, conhecido como DARF, para o pagamento. O tributo é cobrado mensalmente, sobre as operações realizadas, e o prazo de pagamento é até o fim do próximo mês.
“A ideia partiu de demanda dos investidores da corretora. Tem muita gente que não tem experiência com esse cálculo”, explica o diretor Amerson Magalhães.
Fonte: Diário do Grande ABC