O novo cronograma terá que ser fixado por meio de uma resolução do Comitê Diretivo do eSocial. E os técnicos esperam por mudanças pequenas e pontuais. É preciso estar preparado
A expectativa de adiamento do início da entrega do eSocial foi recentemente confirmada pela Receita Federal do Brasil (RFB). E não há ainda um novo prazo para entrada em vigor dessa obrigação. Assim, como fica para as empresas?
“A expectativa é a de que o prazo deve ser postergado em um ano, ficando para 2018. Mas apesar da prorrogação, a próprio Receita alerta para a importância da rápida adequação ao sistema. Segundo o governo, os motivos para prorrogação são variados, passando pelas turbulências políticas e a impossibilidade de que o cronograma fosse cumprido”, explica o gerente trabalhista da Confirp Consultoria Contábil, Fabiano Giusti.
O novo cronograma terá que ser fixado por meio de uma resolução do Comitê Diretivo do eSocial, que é composto pelos Secretários Executivos dos entes envolvidos. Na ocasião, deverá ser apresentada a versão final do MOS – Manual de Orientação do e-Social, a 2.2. Contudo, não deve haver grandes surpresas. Os técnicos da consultoria acreditam que as mudanças serão pontuais, de modo que podemos dar continuidade nos trabalhos que já realizados.
Mas, o que muda com o eSocial?
“Já estamos há algum tempo nos adequando e realizando uma análise bem aprofundada no eSocial, e podemos afirmar que a adaptação para as exigências será bastante trabalhosa para quem não se antecedeu, mas isso deve se concentrar no primeiro momento, por causa da grande informação que terão que ser inseridas no sistema”, conta Fabiano Giusti.
Ele acrescenta que o eSocial também obrigara à uma mudança cultural nas empresas.
“Ações que eram comuns nas empresas terão que ser revistas, um exemplo são referentes aos exames demissionais e adminicionais, e a entrega do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que muitas empresas pediam para ser realizado depois da contratação, a partir de agora, o mesmo terá que acontecer com antecedência, senão, não poderá ser efetivado o contrato”.
Outro exemplo citado pelo especialista da Confirp são os casos de férias. “Atualmente as empresas em alguns casos marcam férias dos colaboradores sem os trinta dias de antecedências exigidos por lei, agora se fizerem isso estarão sujeitos a multas”
Aumento de custos
Giusti também lembra que possivelmente haverá custos adicionais para as empresas. Entre os novos custos, o principal é o alto valor de atualização dos sistemas informáticos de folha salarial, que terão que ser compatíveis com o eSocial, sem falar nos investimentos em treinamento de empregados.
Além disso, no início haverá a convivência dos vários sistemas, como por exemplo o eSocial e o Caged. Nesse período de transição, as empresas terão que arcar com o custo do envio de informações em duplicidade.
Enfim, em um primeiro momento, o sistema que veio para simplificar, poderá aumentar a burocracia e o custo administrativo. O novo modelo é mais um projeto do SPED, do qual já faz parte outros sistemas como a nota fiscal eletrônica e o Sped Fiscal, dentre outros.
Dessa vez, o sistema estabelece o envio de forma digital por parte das empresas das informações cadastrais de todos os empregados.
O empregador poderá acessar o site www.esocial.gov.br para enviar os dados ou fazer uma conexão direta entre o software usado pela empresa com o sistema do eSocial. Após a verificação da integridade das informações, a Receita vai emitir um protocolo de recebimento e o enviará ao empregador.
Lado positivo do eSocial
O lado positivo é que o sistema substituirá o envio de pelo menos nove obrigações acessórias que hoje são feitas mensal e anualmente — como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), Guia de Recolhimento do FGTS e informações a Previdência Social (GFIP).
Todavia, o projeto do Governo vai muito além dessas informações, já que, conforme o Ato Declaratório todas as empresas deverão enviar o histórico dos empregados— em alguns casos diariamente.
Dentre os dados estão admissão, demissão, afastamento, aviso prévio, férias, comunicação de acidente de trabalho, mudança de salário, obrigações de medicina do trabalho, folha de pagamento, ações judiciais trabalhistas, retenções de contribuições previdenciárias, imposto de renda retido na fonte, informações sobre FGTS.
44 tipos de informações
Ao todo, as empresas terão que enviar à Receita Federal 44 tipos de informações por empregado.
O problema segundo especialistas é que da forma que foi desenhado o projeto estabelece obrigações desmedidas , gerando burocracia e custo.
Para os empregados o projeto também será uma interessante ferramenta de fiscalização, já que apenas com o CPF poderá acessar todas as informações de toda sua vida profissional, o que facilitará em muito também o processo de aposentadoria.
Enfim, o especialista da Confirp avalia que a maior dificuldade será no início, depois, o projeto possivelmente será benéfico.
“Como falado, o grande impacto será a inserção inicial de todos os colaboradores no sistema, o que com certeza será moroso e complexo. Isso feito, e com a mudança de cultura de muitos empresários, com certeza o eSocial trará interessantes benefícios para todos os envolvidos”, explica.
Agora é esperar para ver quais serão os próximos passos dessa nova obrigação para as empresas.
http://cio.com.br/noticias/2016/08/22/o-esocial-foi-adiado-qual-os-impactos-para-a-sua-empresa/
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