Telmo Schoeler
Na crise atual, o desafio das empresas de controle e gestão familiar é maior. A perenidade dos negócios depende de como seus acionistas lidam com os valores, o capital e a gestão. Valores devem ser cultivados, transmitidos e constantes; já capital e gestão, adequados, estruturados, capacitados, profissionais e mutantes. O problema é que a empresa familiar tende a olhar os três fatores pelo espelho retrovisor, quando só o primeiro deveria ser objeto disso.
Manter sólida a estrutura de capital é difícil. Sua pulverização dificulta o aporte de recursos pelos acionistas. Hábitos, visões antigas e barreiras culturais bloqueiam a atração de acionistas. Ajustar a gestão requer visão e definições estratégicas, separação entre propriedade e gestão, além da avaliação da capacidade dos executivos, em uma realidade que pode tornar obsoletos profissionais, estruturas, produtos. Isso demanda isenção, profissionalismo e determinação realística nas decisões. As sucessões de patrimônio, capital e de gestão dispersam focos empresariais, prejudicando a afinidade estratégica e tática, imprescindíveis em cenários de crise. Há a necessidade da separação entre família, propriedade e gestão. A má performance da gestão respinga na sociedade e no patrimônio, fontes de litígios que desestruturam a família. O final é a dilapidação de patrimônio ou a morte da empresa.
As empresas com processos de sucessão definidos e consolidados sofrem menos. Não há a interferência da “família”. Os mecanismos de ação e controle são compatíveis com a Governança Corporativa e o acesso a recursos é mais fácil.
Fonte: Jornal do Comércio
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