SÃO PAULO – As pequenas e médias empresas podem se beneficiar do projeto de lei que regulamenta o uso da terceirização. Em tramitação no Senado Federal, a proposta pretende colocar um fim na polêmica envolvendo a contratação de trabalhadores terceirizados.
Atualmente, a terceirização é regulamentada por decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que proíbe o uso da medida para as atividades principais da empresa. Isso significa dizer que uma indústria pode contratar trabalhadores para limpeza ou vigilância terceirizados, mas não pode contratar operários desta forma.
“A principal mudança está na segurança jurídica que as partes envolvidas nessas relações passarão a ter, com o advento da lei, já que, atualmente, acabam ficando à margem das distintas interpretações dadas pelo Poder Judiciário, caso a caso, ainda que sumulada a matéria pelo Tribunal Superior do Trabalho”, destaca a especialista e advogada Maria Carolina Seifriz Lima, do escritório Andrade Maia.
Para o professor e coordenador do curso de administração do Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), William Francini, as empresas de porte menores devem ganhar em qualidade dos serviços prestados. “Muitas vezes as companhias de médio e pequeno portes encontram sérias dificuldades na hora de contratar profissionais mais gabaritados e, portanto, com maior valor agregado na remuneração”, sublinha.
“Do ponto de vista do contratante, é possível que haja ganho de qualidade na prestação de serviços, com a contratação de profissionais especializados para desenvolver as funções”, considera o professor ao destacar que a medida deve abrir oportunidade também para empresas prestadoras de serviços. “Empresas de pequeno porte poderão também oferecer serviços especializados e isso certamente vai movimentar o mercado”, complementa a advogada.
Com ela concorda o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri. “Trata-se de um projeto polêmico, porque há temor de que haja uma precarização do trabalho”, enfatiza o dirigente sindical empresarial. Mas ele ressalva: “Se as novas regras forem aplicadas de forma correta, ambos, trabalhadores e empresários, podem sair ganhando”.
Especialistas destacam, no entanto, que o projeto prevê a responsabilidade solidária das empresas em caso do não cumprimento das obrigações trabalhistas.
Na avalização de Maria Carolina, as mudanças em discussão no Congresso Nacional poderão gerar maior rotatividade. “Apesar de o projeto prever maior segurança para o trabalhador, tanto em relação ao recebimento dos seus créditos trabalhistas quanto em relação aos direitos que passarão a lhes serem assegurados pela contratante [a exemplo de questões de higiene e segurança, possibilidade de vinculação ao sindicato profissional vinculado à empresa contratante, etc.], a ampliação da terceirização poderá acarretar maior rotatividade nos postos de trabalho [contratos de trabalho de duração mais curta], acabando em perda de identidade com a figura do empregador.”
Gilmara Santos
http://www.dci.com.br/especial/oportunidades-para-pequenas-id506181.html
Compartilhe nas redes!
Preencha o formulário abaixo para entrar em contato conosco!
Últimos Posts:
Categorias
Arquivos
Tags
Fique por dentro de tudo e não perca nada!
Preencha seu e-mail e receba na integra os próximos posts e conteúdos!
Compartilhe nas redes:
Posts Relacionados
Simon Sinek: o poder do “porquê” e a essência da liderança inspiradora
Simon Sinek, renomado autor e palestrante, enfatiza a importância de líderes e organizações iniciarem suas ações pelo “porquê”—seu propósito ou crença fundamental—antes de abordar o
4 erros cometidos no trabalho que são crimes e podem levar a prisão
No ambiente de trabalho, certos comportamentos podem configurar crimes e resultar em penalidades severas, incluindo prisão. Destacam-se quatro infrações comuns: Desvio de mercadorias da empresa:
6 dicas para ser efetivado no emprego temporário
O emprego temporário é uma excelente oportunidade para ingressar no mercado de trabalho e, possivelmente, conquistar uma posição permanente. Para aumentar suas chances de efetivação,
Registro de marca: Proteja seu negócio e garanta exclusividade no mercado
O registro de marca é fundamental para proteger a identidade e a exclusividade de um negócio no mercado. Muitos empresários acreditam que o registro na
STJ estabelece parâmetros para definição de vínculo em caso de terceirização ilícita
Em 22 de outubro de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) proferiu decisão no Recurso Especial nº 1.652.347/SC, estabelecendo parâmetros para identificar vínculos empregatícios