A resposta para essa indagação não é tão simples quanto gostaríamos que fosse. Isso se deve ao próprio mercado financeiro que reconhece várias metodologias na hora de valorar uma empresa. No mundo dos negócios, o que realmente importa em uma empresa, é sua capacidade de gerar dinheiro para o investidor. Uma das metodologias mais aplicadas nesse contexto é a chamada Fluxo de Caixa Descontado (FCD), o que consiste em basicamente determinar o valor de uma empresa conforme sua capacidade de gerar recursos para o acionista.
Há várias situações em que encontrar o valor de uma empresa apresenta grande relevância, como na liquidação judicial, na abertura e fechamento de capital, na formação de parcerias entre organizações, nos processos de parcerias público-privadas e, mais freqüentemente, na gestão das empresas e em negociações de fusões e aquisições.
A valoração das empresas como instrumento de gestão tem a função de mensurar a geração de valor para os sócios em um determinado período, verificando, assim, os resultados das estratégias adotadas e a eficiência dos executivos na consecução do objetivo principal das corporações: a maximização dos lucros. Diante disso, o Valuation pode servir como uma ferramenta de aperfeiçoamento do processo decisório e da estratégia corporativa. Em outras palavras, uma de suas funções é proporcionar uma gestão baseada em valor, avaliando o impacto das decisões estratégicas no desempenho financeiro e operacional das empresas.
O Valuation é também extremamente importante, se não imprescindível, em processos de fusões e aquisições, já que tem como objetivo determinar um intervalo de referência de valor a ser negociado nessas transações. Seguindo a lógica capitalista, quanto maior a capacidade de geração de resultado da empresa, maior a sua valoração. Nesse caso, é importante ressaltar que o intervalo de valor aferido no processo de avaliação se caracteriza como ponto de partida das negociações, devendo ser entendido como investimento potencial, mas não necessariamente aquele que será utilizado no fechamento do negócio. Em última instância, valor de um ativo é aquele pelo qual vendedores e compradores concordam em realizar a operação, e que nem sempre coincide com os valores encontrados no Valuation.
Um exemplo é o que ocorre no mercado imobiliário. Um imóvel colocado à venda pode ser corretamente avaliado por especialistas em um determinado valor, mas as propostas feitas por potenciais interessados normalmente apresentam descontos significativos. Frente à dificuldade de encontrar interessados a pagar o preço inicialmente desejado, o vendedor decide, então, aceitar uma proposta 15% abaixo do especificado na avaliação do imóvel. A diferença entre a avaliação dos especialistas e o valor negociado é natural em ativos menos complexos, como os imóveis, e é ainda mais comum em processos mais subjetivos como a valoração de empresas. A conciliação desta diferença no Valuation não costuma ser simples.
O processo de valoração envolve a projeção dos resultados futuros da empresa, por meio de estimativas de faturamento, custos e despesas operacionais, investimentos e financiamentos, levando em consideração informações relevantes, tais como crescimento do mercado, cadeia produtiva e tendências. Os fluxos de caixa são então descontados a uma taxa que reflete o risco do negócio e permite trazer valores futuros projetados ao seu equivalente no presente. Para o cálculo dessa taxa de risco, algumas das mais brilhantes teorias de investimento já desenvolvidas pelas academias de economia e finanças se unem em um só modelo, baseado no simples conceito da relação entre risco e retorno. Este é combinado à capacidade de geração de caixa da empresa, formando um modelo capaz de calcular o seu valor intrínseco.
Apesar da relativa padronização dos critérios de avaliação e de sua aceitação no mercado, o FCD, a exemplo de qualquer outra metodologia de valoração, não é capaz de eliminar 100% da subjetividade do processo. Tanto a taxa de desconto a ser aplicada, como a de crescimento dos fluxos de caixa e o período de projeção, levam em consideração escolhas do avaliador para cada caso. Como não há apenas uma resposta correta para cada uma dessas premissas envolvidas na valoração, o entendimento profundo da metodologia e o distanciamento emocional em relação à empresa objeto da valoração, confere uma grande vantagem na negociação.
importante, portanto, que os trabalhos de valoração recebam a devida importância dos gestores e acionistas das empresas avaliadas, que devem presar por um serviço de qualidade, desenvolvido por especialistas experientes e conforme as melhores técnicas do mercado, a fim de assegurar um bom resultado. Em meio a um cenário cada vez mais complexo e competitivo, vale lembrar que os acadêmicos não desenvolveram suas teorias para nos fascinar, mas principalmente para ajudar gestores e investidores na aplicação de modelos práticos que permitam a solução de problemas e a otimização dos seus investimentos.
Rodrigo Oliveira, presidente da ACMinas Jovem e diretor da Investor Consulting Partners
Fonte:http://www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=quanto_vale_minha_empresa&id=134980
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