Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela tem nos workaholics suas vítimas potenciais |
Nestes tempos bicudos, num país que se fosse filme teria como título “Hell in Paradise”, acho interessante falar de um risco que se torna cada vez mais presente na vida dos profissionais: a Síndrome de Burnout. Numa tradução livre, seria “Fritou!”. Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, ela tem nos workaholics suas vítimas potenciais, pois, pela literatura, essas pessoas têm como característica o “desejo de serem as melhores e sempre demonstrar alto grau de desempenho” e também “medem a autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional”. Em minha experiência clínica, a maioria das pessoas com esse perfil teve um pai exigente e com dificuldade de expressar afeto, o que cria na criança a ilusão de que o afeto paterno virá com grande produção ou resultados. Claro que não existe um número mágico nem na produtividade nem nos ganhos que faça, a partir dali, a pessoa se sentir suprida afetivamente. Isso só pode acontecer quando temos prazer no que fazemos. Tem que ser divertido! Mas o que acontece com nosso personagem? O que no início é satisfação e prazer termina quando o reconhecimento por esse desempenho não vem ou não é sentido (pois baseia-se em uma ilusão!). Nesse momento, ou a pessoa se conscientiza ou, mais comumente, pensa que ainda não fez o suficiente e entra numa fase de obstinação e compulsão, em um processo sempre crescente e que acaba envolvendo e afetando também suas relações pessoais e familiares. Já disse para muito paciente nesse estágio que querer seguir na neurose é uma escolha dele, mas querer que seus pares, subordinados ou filhos entrem no jogo não é possível, nem justo. Nas empresas de ponta, onde se busca a cooperação e o trabalho em equipe, ter um membro ou, pior, um líder nesse processo não deve ajudar em nada na execução dos objetivos. No final, a pessoa passa a sofrer problemas de ordem psicológica, forte desgaste físico, gerando fadiga e exaustão, o que o tira do jogo temporária ou permanentemente. Conclusão? As questões emocionais podem gerar erros na nossa SWOT (Análise de Swot ou Análise FFOA (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças em português, usada como base para gestão e planeamento estratégico de uma corporação), como esses que resultam na Síndrome de Burnout, que por sua vez pode acabar com uma carreira espetacular. Como recomendado pela psicologia, todos os profissionais precisam de supervisão e estar abertos para ouvir. Se você acredita que corre esse risco, pelo menos faça uma autoavaliação, busque um amigo em quem confia e permita que ele lhe diga a verdade. Ouça e reflita atentamente. Você pode e deve virar esse jogo. Abaixo, uma lista da evolução e sintomas da Síndrome de Burnout: 1 – Necessidade de se afirmar ou provar ser sempre capaz. 2 – Dedicação intensificada, com predominância da necessidade de fazer tudo sozinho e a qualquer hora do dia (imediatismo). 3 – Descaso com as necessidades pessoais – atividades como comer, dormir, sair com os amigos começam a perder o sentido. 4 – Recalque de conflitos – o portador percebe que algo não vai bem, mas não enfrenta o problema. É quando ocorrem as manifestações físicas. 5 – Reinterpretação dos valores – isolamento, fuga dos conflitos. O que antes tinha valor sofre desvalorização: lazer, casa, amigos, e a única medida da autoestima é o trabalho. 6 – Negação do outro – nessa fase os outros são completamente desvalorizados, tidos como incapazes ou com desempenho abaixo do seu. Os contatos sociais são repelidos, cinismo e agressão são os sinais mais evidentes. 7 – Recolhimento e aversão a reuniões (antissocialização). 8 – Mudanças evidentes de comportamento (dificuldade de aceitar certas brincadeiras com bom senso e bom humor). 9 – Despersonalização – evitar o diálogo e dar prioridade aos e-mails, mensagens, recados. 10 – Vazio interior e sensação de que tudo é complicado, difícil e desgastante. 11 – Depressão – marcas de indiferença, desesperança, exaustão. A vida perde o sentido. 12 – E, finalmente, a do esgotamento profissional propriamente dito, que corresponde ao colapso físico e mental. Esse estágio é considerado de emergência e a ajuda médica e psicológica uma urgência, com sintomas variados: fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, muita falta de ar, oscilações de humor, distúrbios do sono, dificuldade de concentração e problemas digestivos. Fonte: www.administradores.com.br – artigo de José Irineu Golbspan |
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