Novas pesquisas estão ajudando especialistas médicos a criar fórmulas para determinar quanto tempo um funcionário típico de escritório deve permanecer sentando e em pé.
Estudos descobriram que o comportamento sedentário, incluindo ficar sentado por longos períodos, aumenta o risco de desenvolver dezenas de doenças crônicas, como câncer, diabetes e osteoporose.
Para cada meia hora trabalhada em um escritório, as pessoas deveriam ficar sentadas 20 minutos, em pé por oito minutos e então andar e alongar-se por dois minutos, recomenda Alan Hedge, professor de ergonomia da Universidade Cornell.
No início do ano, o “British Journal of Sports Medicina”, publicação britânica especializada em medicina esportiva, publicou orientações sobre como sentar de um grupo de especialistas internacionais, incluindo Hedge. O grupo recomenda uma combinação de duas a quatro horas em pé e atividades leves distribuídas ao longo do dia. Uma pesquisa da Nasa descobriu que ficar em pé por dois minutos 16 vezes por dia durante o trabalho é uma estratégia efetiva para manter a densidade óssea e muscular, diz Hedge.
“As atuais evidências científicas mostram que quando as pessoas têm ocupações em que ficam mais de duas horas por dia em pé, parece haver uma redução no risco de desenvolver doenças crônicas importantes”, diz John Buckley, professor de ciência do exercício aplicada da Universidade de Chester, na Inglaterra, e autor principal das orientações publicadas.
Alguns especialistas em ergonomia alertam que ficar muito em pé também pode ter efeitos negativos para a saúde, incluindo um maior risco para o desenvolvimento de varizes, problemas na coluna e nos pés e a doença da artéria carótida.
“A soluçao é segmentar sua atividade ao longo do dia”, diz Hedge. “Tanto permanecer sentado o dia todo ou em pé o dia todo é ruim para você.”
Outra pesquisa tem como meta encontrar formas de mitigar os efeitos adversos de permanecer muito tempo sentado. Um estudo curioso, publicado na semana passada pelo “American Journal of Preventive Medicine”, analisa a inquietação das pessoas. Os pesquisadores examinaram dados do “Women’s Cohort Study”, um estudo britânico, que acompanhou um grande grupo de mulheres por cerca de 20 anos. Foi pedido a quase 13 mil mulheres que classificassem, considerando uma escala de 1 a 10, o quanto se agitam. Entre as mulheres que foram classificadas como mais sedentárias, aquelas que se agitavam muito tinham o mesmo risco de morrer que aquelas que não eram especialmente sedentárias. Mas as mulheres que não se agitavam tinham um risco maior de mortalidade.
Janet Cade, professora de epidemiologia nutricional da Universidade de Leeds, na Inglaterra, é autora sênior do estudo identificou uma associação entre os dois fatores, mas não provou a causalidade.
“Para obter os benefícios de um comportamento não sedentário, talvez você não precise sair e correr uma maratona”, diz Cade. “Talvez você possa fazer pequenas doses de movimentos e isso lhe traria algum benefício.”
Vários estudos têm mostrado que mesmo exercícios regulares não compensam os efeitos negativos de permanecer muito tempo sentado durante o dia. Ficar sentado causa mudanças fisiológicas no corpo e pode acionar alguns fatores genéticos relacionados a inflamações e doenças crônicas como diabetes e problemas cardiovasculares, diz Buckley, da Universidade de Chester. Por outro lado, ficar em pé ativa os músculos, então o volume excessivo de glicose no sangue não circula pela corrente sanguínea e, em vez disso, é absorvido pelos músculos, diz ele.
Ficar em pé queima entre meia e uma caloria a mais por minuto do que permanecer sentado. Em quatro horas, isso representa até 240 calorias queimadas a mais. Permanecer sentado por mais de uma hora reduz o nível da enzima lipase lipoproteica, o que faz com que as calorias sejam enviadas para ser armazenadas como gordura em vez de ir para os músculos, diz Hedge.
Os cientistas também estão estudando como fazer as pessoas ficarem menos tempo sentadas. Um artigo publicado on-line pela “Health Psychology Review”, na semana passada, analisou vários estudos que tratam de 38 intervenções possíveis para tirar as pessoas das cadeiras. Entre as que deram resultado estão: educar as pessoas sobre os benefícios de ficar menos tempo sentadas; reestruturar o ambiente de trabalho, como incluir mesas ajustáveis ou que as pessoas possam trabalhar em pé; definir metas para o tempo gasto sentado; marcar o período que se passa sentado; e criar instruções ou alertas que avisam as pessoas quando elas precisam ficar em pé, diz Benjamin Gardner, conferencista sênior do Instituto de Psiquiatria, Psicologia & Neurociência do King’s College, em Londres, e principal autor do artigo.
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