Como transferir o comando de uma empresa ao longo das gerações sem confundir gestão empresarial com a questão familiar? As barreiras e os conflitos que envolvem o processo delicado de sucessão familiar, realidade de muitas empresas, foi tema de evento no Jornal do Comércio que aconteceu mês passado. O evento ainda recebeu os 10 empreendedores que causaram maior impacto no GeraçãoE neste ano para a entrega dos certificados ‘Top10 do GeraçãoE – matérias mais lidas em 2017’.
Giovanni Tumelero, diretor operacional do JC, abriu os trabalhos da manhã destacando a alta taxa de falência das empresas justamente devido à falta de um planejamento para a sucessão. Giovanni citou que o próprio jornal passa por um processo de sucessão familiar, atualmente na sua quarta geração no comando da empresa, e que há pelo menos oito anos vinha se preparando para assumir a função.
À frente de uma empresa familiar de consultoria em governança corporativa orientada à gestão, os especialistas no assunto Humberto e Henrique Girardi, pai e filho, listaram oito situações em que a sucessão empresarial se aplica: da troca de comando que apenas cumpre uma tradição de família à preparação planejada de profissionais qualificados para um cargo específico. Cada empresa tem a sua particularidade e, por isso, o mais importante no processo de sucessão é o planejamento para evitar os conflitos na família, destaca Humberto Girardi, diretor e fundador da Girardi.
Na própria Girardi, empresa que há 30 anos lida com gestão empresarial, a sucessão foi inesperada. Henrique, “o filho da história”, como ele mesmo define, viu despertar em uma mudança de rumo da própria carreira o interesse em levar adiante o negócio do pai. “Em nenhum momento fui convidado para fazer parte da empresa e foi preciso coragem para tomar este passo”, conta.
Depois de resolverem a questão junto aos sócios, de definirem que estratégia queriam para o futuro da empresa e hoje trabalhando juntos, pai e filho listam os itens transparência, debate aberto, separação entre propriedade e gestão, governança empresarial e governança familiar como fatores fundamentais no processo.
A vontade de compartilhar valores motivou a criação de uma empresa essencialmente familiar, hoje com membros já da segunda geração participando das decisões e pioneira no ramo turístico do País: a Quinta da Estância. Rafael Goelzer, diretor de Relacionamento com Mercado da Quinta, falou que para o sucesso de uma empresa é preciso pensar na sustentabilidade do negócio para além do sucesso financeiro. Governança, gestão e profissionalismo foram o norte para que a empresa saltasse de 1,5 mil visitantes ao ano em 1992 para 90 mil visitantes em 2017. Sem presidente e mirando à risca o que projetam para o futuro, o conselho de sócios toma as decisões com a ajuda de um consultor externo sem deixar de lado os princípios que são a alma do negócio.
Reservadas as questões de cada empresa, a dica unânime entre os especialistas é não deixar para pensar na sucessão apenas quando chegar a hora, e sim projetar desde o início da empresa que um dia ela pode sofrer uma troca de comando. Cerca de 90% das empresas no Brasil são compostas por uma ou duas famílias, percentual que passa para 96% quando administradas por até três famílias, dado que só reforça a importância de se discutir o processo.
Fonte: Geração E
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