Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.
Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial.
Meus caros, sabemos que nem sempre é necessário desenvolver o próprio negócio para atuar com a mentalidade e com a ação empreendedora.
Este espírito transformador de sonhos e anseios em realidade (e coisas concretas) permeia o imaginário idealizado de qualquer organização que se preze. Não é de outra forma que se desenvolve um corpo de colaboradores comprometidos, dotados de senso de iniciativa e realização, tão necessários para encarar a competitividade, cada vez mais forte e complexa.
Contudo, como sempre, entre o sonho e a realidade existe uma estrada de distância. Muitas vezes esse desejo organizacional, por mais que faça sentido e seja imperioso, pode não passar de simples retórica, daquelas que eventualmente se escutam nas festas de confraternização de final de ano ou em outras comemorações semelhantes.
Transformar colaboradores em empreendedores, nos seus campos de atuação dentro da empresa, demanda mais do que bons propósitos e registros em apresentações corporativas, mas sobretudo exige um clima corporativo fértil para o desenvolvimento de uma mentalidade que pode ser fatalmente massacrada com a falta de alguns cuidados.
Então, caso seja você um executivo ou colaborador que deseja colocar para fora o seu empreendedorismo a serviço da empresa onde trabalha e em benefício da sua própria realização, não se iluda, algumas características corporativas, se não confrontadas e modificadas, podem sepultar para sempre qualquer ambiente digno de um empreendedor.
Vamos lá:
1. Um modelo de liderança disfuncional. Independentemente de uma estrutura vertical com comandos claros, ou matricial com multiplicidade de coordenação, o que interessa mesmo é que líderes, chefes, diretores, encarregados, supervisores, ou qualquer outra coisa semelhante (o título do cargo é absolutamente irrelevante) estejam preparados para lidar com o senso de iniciativa, voluntarismo e autodeterminação típicos das pessoas empreendedoras – o que significa bom senso, autoconfiança, desprendimento e elevada maturidade profissional;
2. A inexistência de um planejamento claro com objetivos, metas e ações. Essa situação fatalmente transformará o ambiente em uma baderna generalizada, onde a atuação de um colaborador pode se chocar diretamente com a atuação de outro (e ambos sendo bons empreendedores) neutralizando o resultado geral. É necessário que se tenha uma direção clara para ser seguida, possibilitando convergir esforços e energia criadora;
3. Um ambiente dominado pela retórica inflamada (ou o velho blá, blá, blá) pelas modinhas de gestão ou pela ditadura do politicamente correto. O resultado disso é a transformação de um combustível profissional fortemente realizador em pura encenação. Preocupados com a própria sobrevivência no emprego, os colaboradores imersos neste tipo de cenário tendem a atuar como caixa de ressonância da “ordem” vigente. Deixam de lado a originalidade, escondem a criatividade e a iniciativa e, claro, torcem para uma boa oportunidade surgir para que possam cair fora dali o mais rápido possível;
4. Instabilidade excessiva. Não se discute aqui a necessidade de ajustes, adaptações e calibragens recorrentes em função da competitividade e das inevitáveis batalhas mercadológicas, mas a mudança pela mudança, ou o transformar pelo transformar, por si só, acabam por gerar uma rotina cansativa, sugadora de energia e muito chata.
A lista poderia ser bem maior, mas creio que esses são a base de tudo. Cuidado com as suas escolhas profissionais e boa sorte.
Até o próximo.
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